IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
Educação a partir dos anos 90
Acadêmica: Luzimar Luzia Ribeiro Donda
Professor: Adelto Felipe
Centro Universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI
Curso/Habilitação(HID-0187)- História
06/12/2011
RESUMO
Nos anos 90
a globalização teve maior impacto no Brasil com a
abertura comercial, que impulsionou o desenvolvimento interno. O Brasil entrou
no mercado internacional. Nesse período a economia brasileira passava por uma
série de crises incluindo a inflação que no final da década de 80 e início da
década de 90 no governo de Fernando Collor, a inflação chegou a 80% ao mês, e
os preços subiam diariamente. Brasil passa a adotar idéias liberais,
criando maior liberdade para a entrada de mercadorias e de investimentos
externos, derrubando assim, algumas barreiras protecionistas. A idéia era ter o
capital estrangeiro como ajuda para retomar crescimento
econômico. Alegava-se que a economia ia beneficiar as empresas nacionais,
estimulando o desenvolvimento e recuperação de alguns setores em atraso. Nesse
período houve a necessidade de mudanças na Educação, começa a ser discutida a
educação profissionalizante, como a única forma de capacitar as pessoas para o
trabalho. Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) Neste período histórico é que
se difundiu com maior intensidade a concepção ideológica da educação como
central para a inserção social, para a preparação dos trabalhadores para o
mercado de trabalho. No ano 2000 houve discussão sobre a Declaração Mundial de
Educação para todos, contribuindo para elevar a consciência do poder público e
da sociedade civil para a importância da educação como condição insubstituível
para o exercício de uma cidadania. garantindo assim a equidade social.
Palavras-chaves:Globalização
no Brasil. Impacto na educação. Equidade social.
1-INTRODUÇÃO
Inicialmente será abordado o início da globalização no Brasil e seu impacto na educação brasileira, visto que a partir dos anos 90 esse impacto foi mais acentuado, criando discussões sobre a educação profissionalizantes e educação para todos. Essa abordagem sobre as mudanças na Educação pós globalização vão ser discutidas posteriormente, nas seguintes fases, na década de 90, educação profissionalizante, nas década de 2000, Educação para todos e no ano de 2010 Balanço do Plano Nacional de Educação (PNE).
2-DESENVOLVIMENTO
2.1-INÍCIO
DA GLOBALIZAÇÃO NO MUNDO
A
Globalização no mundo teve seu início com a Segunda guerra mundial e a criação
do FMI que fortaleceu o início do império dos Estados Unidos, pois eles
ajudaram os países afetados pela segunda guerra formando a ideologia de
liberdade, rapidez, mudanças tecnológicas e flexibilidade político-social. Base
para o império do capitalismo americano e a primeira visão do “mundo
globalizado”. Com a queda do muro de Berlim, aconteceram outras quebras de
paradigmas, político-social e comercial em diversos países emergentes que
passaram a ter forte desenvolvimento. Nova postura global, os Estados unidos
começam a enfraquecer e o Japão se torna potencia. Nos anos 90 a globalização teve maior
impacto no Brasil com a abertura comercial, mesmo sendo ruim para as indústrias
de manufaturados tecnológicos, impulsionou o desenvolvimento interno e o Brasil
entrou no mercado internacional.
2.2- INFLUENCIA DA GLOBALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA
2.2.1-Educação profissionalizantes
Nos anos 90 houve a necessidade da formação profissionalizantes
atribuindo a educação o papel fundamental para inserção no mercado de trabalho,
buscando amenizar os conflitos sociais, as diferenças de classe. Atribuindo papel estratégico para a educação como
passaporte para a inclusão
social, esta ideologia responsabiliza o individuo por
sua situação de desemprego, contribuindo para enfraquecer as possibilidades
coletivas de organização social. O Estado capitalista, que segundo Marx, é
resultado das próprias contradições existentes na sociedade, opta em adotar
claramente os interesses da classe dominante estabelecendo que as esferas da
educação e do mundo do trabalho estejam cada vez mais ligadas, portanto a
educação deveria oferecer subsídios para a atuação profissional, princípio este
que foi definido na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) no. 9.394. Buscando
regulamentar a educação profissional é que foi promulgado o Decreto 2.208, de
17 de abril de 1997, que passou a ser utilizado como instrumento norteador da mesma.
Faz-se importante frisar que a questão da educação profissional já era debatida
no Brasil desde a primeira República, ganhando maior dimensão com a fundação do
IDORT (Instituto de Organização e Racionalização do Trabalho) que tinha um
projeto de industrialização nacional e de organização no trabalho a partir das
idéias tayloristas.
1 Segundo Pichelli (1997) o IDORT foi criado
com os seguintes objetivos “(...) constitui-se com objetivo de estudar, aplicar
e difundir os métodos de organização científica do trabalho. Com isso tem o
intuito de aumentar o bem-estar social, por meio do acréscimo da eficiência do
trabalho humano, em todos os seus ramos, expresso no máximo proveito, quer para
o individuo, quer para a coletividade (...) é uma sociedade de estudos e de
ação, voltada, imediatamente, ao melhor aproveitamento de todo esforço humano
empregado em qualquer das múltiplas manifestações da atividade moderna, não só
na indústria, mas também, na própria
ciência e no trabalho intelectual, em tudo enfim, onde a arte de fazer e de
administrar tenha de se fazer sentir” (REVISTA IDORT, apud PICHELLI, 1997, p.
10-11).
A proposta
de sociedade saudável, passava pelo consentimento de classe e também pela
disciplina do operariado que deveria ser educado e preparado para o trabalho,
conforme os dizeres da revista IDORT “Ordem, ordem, ordem! Disciplina,
disciplina, disciplina! Educação, educação, educação! (...) É preciso educar o
empregador. É preciso educar e disciplinar o operário. É preciso organizar a
empresa” (REVISTA IDORT, 1938).
Concordo
com a análise deste pesquisador que nos aponta o discurso ideológico do IDORT
que conclama os trabalhadores para uma sociedade harmônica, sem conflitos, de
colaboração, e que a partir do diálogo se resolveriam os conflitos, mas que na
verdade um dos principais objetivos era desqualificar o discurso formulado
pelas lideranças operárias “rearticulando o espaço fabril, educar o operariado
segundo os princípios da ética do trabalho e desse modo, consolidar o projeto
hegemônico da burguesia industrial” (PICHELLI, 1997, p. 77).
Na LDB 9394/96 no capítulo III fala da educação profissional nos seguintes artigos:
Art. 39. A educação profissional, integrada
às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz
ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.
Parágrafo
único. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior,
bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade
de acesso à educação profissional.
Art. 40. A educação profissional será
desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias
de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de
trabalho.
Art. 41. O conhecimento adquirido na
educação profissional, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação,
reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos.
Parágrafo
único. Os diplomas de cursos de educação profissional de nível médio, quando
registrados, terão validade nacional.
Art. 42. As escolas técnicas e
profissionais, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais,
abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e
não necessariamente ao nível de escolaridade.
2.2.2-Educação total
Há mais de quarenta anos, as nações do mundo
afirmaram na Declaração Universal dos Direitos Humanos que "toda pessoa
tem direito à educação". Mas só no ano 2000 houve discussão sobre a
Declaração Mundial de Educação para todos, contribuindo para elevar a
consciência do poder público e da sociedade civil para a importância da
educação como direito subjetivo de todas as pessoas e como condição
insubstituível para o exercício de uma cidadania ativa visando a construção de
cenários sociais pautados pela justiça e pela equidade.
Essa
postura se torna tanto mais necessária ante os enormes desafios que estão à
vista nesse início de novo século. Se, por um lado, reconhece-se os progressos
alcançados na expansão do ensino fundamental e médio, por outro incomoda a
persistência de um grande contingente de analfabetos absolutos e funcionais que
se coloca como um dos principais obstáculos na luta contra a pobreza. Nesse quadro, destaca-se também o
problema da educação infantil devido à sua importância para todos, que é o da
qualidade do ensino, que não pode continuar a ser privilégios de poucos.
A
discussão do Marco de Ação de DaKar, documento de compromissos assumidos pelos
países membros da UNESCO, representa uma oportunidade ímpar para repensar a
política educacional brasileira com vistas aos novos horizontes sociais que se
desenham para o século XXI. Além disso, a feliz coincidência do compromisso de
DaKar com a aprovação do Plano Nacional de Educação que estabeleceu a elaboração de planos decenais estaduais e municipais
de educação para todos, oferecendo a oportunidade para um novo e decisivo salto
para colocar o Brasil em sintonia com as demandas de nossa época.
A
educação é um direito humano fundamental e constitui a chave para um
desenvolvimento sustentável, assim como para assegurar a paz e a estabilidade
dentro de cada país e entre eles e, portanto, meio indispensável para alcançar
a participação efetiva nas sociedades e economias do século XXI afetadas pela
rápida globalização. Não se pode mais postergar esforços para atingir as metas
de Educação para Todos. As necessidades básicas da aprendizagem podem e devem
ser alcançadas com urgência.
O
Brasil se comprometeu a atingir os seguintes objetivos:
I-
expandir e melhorar o cuidado e a educação da criança pequena, especialmente
das mais vulneráveis em maior desvantagens;
II-
assegurar que todas as crianças, com ênfase especial nas meninas e nas crianças
em circunstâncias difíceis e pertencentes a minoria étnicas, tenham acesso à
educação primária, obrigatória, gratuita e de boa qualidade até o ano de 2015;
III-
assegurar que as necessidades de aprendizagem de todos os jovens e adultos
sejam atendidas pelo acesso eqüitativo à aprendizagem apropriada e ás
habilidades para a vida;
IV-
alcançar uma melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adultos até 2015,
especialmente para as mulheres, e acesso eqüitativo à educação básica e
continuada para todos os adultos;
V-
eliminar disparidade de gênero na educação primária e secundária até 2005 e
alcançar a igualdade de gênero na educação até 2015, com enfoque na garantia ao
acesso e ao desempenho pleno e eqüitativo de meninas na educação básica de boa
qualidade;
VI-
melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar excelência para
todos, de forma a garantia a todos resultados reconhecidos e mensuráveis,
especialmente na alfabetização, na aquisição de conhecimentos matemáticos e
habilidades essenciais à vida.
Para
que o Brasil e os outros países
representados no Fórum Mundial de Educação, consiga atingir esses objetivos
eles se comprometeram:
I-
mobilizar uma forte vontade política nacional e internacional em prol da
Educação para Todos, desenvolver planos de ação nacionais e incrementar de
forma significativa os investimentos em educação básica;
II-
promover políticas de Educação para Todos dentro de marco setorial integrado e
sustentável, claramente articulado com a eliminação da pobreza e com
estratégias de desenvolvimento;
III-
assegurar o engajamento e a participação da sociedade civil na formulação,
implementação e monitoramento de estratégias para o desenvolvimento da
educação;
IV-
desenvolver sistemas de administração e de gestão educacional que sejam
participativos e capazes de dar respostas e de prestar contas;
V-
satisfazer as necessidades de sistemas educacionais afetados por situações de
conflito, calamidades naturais e instabilidade e conduzir os programas
educacionais de forma a promover compreensão mútua, paz e tolerância, e que
ajudem a prevenir a violência e os conflitos;
A
comunidade internacional dará andamento a esse compromisso coletivo,
desenvolvendo imediatamente uma iniciativa global com vistas a desenvolver
estratégias e mobilizar os recursos necessários para providenciar apoio efetivo
aos esforços nacionais. As opções que serão consideradas nessas iniciativa
seguem abaixo:
I-
aumentar o financiamento externo para a educação básica;
II
– assegurar prognóstico confiável no fluxo do auxílio externo;
III-
facilitar uma coordenação mais efetiva de doadores;
IV
– fortalecer abordagens setoriais;
V-
providenciar alívio e/ou cancelamento da dívida em tempo mais curto e de forma
mais ampla para reduzir a pobreza, e com forte compromisso na educação básica;
VI-
realizar um monitoramento mais efetivo e regular do progresso em atingir metas
e objetivos de Educação para Todos, incluindo avaliações periódicas.
Um dos mecanismos que o Brasil se utiliza para ver o
índices da educação é o exame nacional do ensino médio ENEM. O Exame Nacional do Ensino Médio propõe mensurar modalidades estruturais
da inteligência, denominadas competências (Brasil, 1998, 2000, 2001). São cinco
as modalidades da inteligência focadas pelo ENEN que, sucintamente,
correspondem à capacidade das pessoas em: 1) operar mentalmente diversas
linguagens abstratas e fazer uso delas; 2) utilizar e manipular conceitos e
procedimentos específicos para compreender os fenômenos; 3) resolver problemas;
4) discutir e analisar estruturas argumentativas; 5) transformar a teoria em
propostas e aplicações prático-concretas (Condeixa et al., 2005; Machado,
2005a,b; Macedo et al., 2005; Martino et al., 2005; Menezes et al., 2005;
Murrie, 2005).
O ENEM é tido como um exame que segue uma referência
teórica construtivista. Suas provas têm sido elaboradas priorizando a resolução
de problemas (Macedo, 2005a,b,c). Como decorrência desse foco, outro autor
assinala que suas provas não devem valorizar significativamente a memorização
ou a mera rapidez de pensamento, mas a capacidade dos alunos em relacionar as
informações dispostas pelo próprio item.
Esse princípio enfatiza a capacidade de o estudante estabelecer
novas conexões para lidar com questões que sejam verdadeiros desafios (Fini,
2005). Seguindo esse princípio, portanto, todos os itens do ENEM devem pelo
menos se aproximar dessa condição (Macedo, 2005a,b,c). Para isso, necessitam
fornecer as informações necessárias para que os estudantes possam resolver o
problema proposto. O desafio é de o aluno ser capaz de interpretar as informações,
saber organizá-las, coordená-las adequadamente e projetar possibilidades,
envolvendo o tom da novidade, de modo que os esquemas prévios já aprendidos não
determinem totalmente a resolução do problema (Fini, 2005).
A Prova Brasil
e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) são outros mecanismos que servem para avaliar e diagnósticar,
em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Têm o objetivo de avaliar a qualidade
do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes
padronizados e questionários socioeconômicos.
A partir das informações do Saeb e da Prova Brasil, o
MEC e as secretarias estaduais e municipais de Educação podem definir ações
voltadas ao aprimoramento da qualidade da educação no país e a redução das
desigualdades existentes, promovendo, por exemplo, a correção de distorções e
debilidades identificadas e direcionando seus recursos técnicos e financeiros
para áreas identificadas como prioritárias.
O
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e de
cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do
estudante em avaliações do Inep
(Instituto Nacional de estudos e Pesquisas Educacionais) e em taxas de
aprovação. Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça é preciso que o
aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula. Para que pais
e responsáveis acompanhem o desempenho da escola de seus filhos, basta
verificar o Ideb da instituição, que é apresentado numa escala de zero a dez.
Da mesma forma, gestores acompanham o trabalho das secretarias municipais e
estaduais pela melhoria da educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário