SUJEITO EM PEMANENTE FORMAÇÃO
O sujeito nasce biológico e social, não tem sua
subjetividade determinado anteriormente, mas é no seu caminho para o futuro,
convivendo em sociedade, por meio das mediações que estabelece e apropria-se de
conhecimentos que constituí o sujeito. As aptidões especificamente humanas não
se transmitem por hereditariedade, mas se adquirem no decurso da vida por um
processo de apropriação da cultura anteriormente criada. É o modo como formamos
nossa personalidade, nosso “Eu”, ou como nos constituímos como sujeitos. Seu
“Eu” apresenta em ação historicamente situada, qual se faz a partir das
relações dialéticas e dialógicas com os outros e com a realidade. Sais (1997,
p.4) nos fala que “há no psiquismo uma prioridade essencial do passado, que é
aquilo que fomos e que supõe já a transformação do homem, num Eu, contudo, o
futuro é fundamental. Sem este futuro o homem não se lança no mundo ou o
lançar-se já seria um projeto de fracasso.[...] Um repetir-se.”O homem, por não
receber qualquer determinação por natureza, pode construir o seu modo de vida
tendo por base a liberdade da vontade, a autonomia para organizar os modos de
existência e a responsabilidade pela direção de suas ações, essa característica
do ser humano constitui o fundamento da formação do sujeito ético. A educação é
o processo integral de formação humana, pois cada ser humano ao nascer,
necessita receber uma nova condição para poder existir no mundo da cultura.
Esse processo inclui a aquisição de conhecimento que fazem parte da herança da
sociedade e que concorreram para que os limites da natureza sejam transpostos.
Entre eles se colocam os conhecimentos racionais que promoveram o
desenvolvimento científico e cultural da humanidade, e a consciência de que o
ser humano é o próprio produtor das condições de reprodução de sua vida e das
formas sociais de sua organização e devem ser orientadas pelos princípios da
solidariedade, do reconhecimento do valor das individualidades, respeito às
diferenças, e pela disciplina das vontades. A escola, como sabemos, é uma
agência formadora, surge como uma necessidade social de educar ou introduzir os
sujeitos no convívio com os demais. Mas, mesmo sendo uma agência que se propõe
a formar, ela não esta indiferente em relação aos problemas que se passa na
sociedade. Assim, cabe à escola, na sociedade moderna, criar uma comunhão de
idéias e sentimentos entre os membros de uma mesma sociedade, através da
internalização na criança da tradição cultural dessa sociedade, dos valores do
grupo ou dos grupos aos qual a criança está integrada, em suma, contribuir para
a constituição do “eu” social, assegurando, desse modo, a sobrevivência da
sociedade.
PEREIRA, Eliana Regina. Pisicoloogia
da Educação e Aprendizagem. [e] Juçara Clemens. Centro Universitário
Leonardo da Vinci - Indaial, Ed. Grupo UNIASSELVI, 2009.
VYGOTSKY, Lev S. Teoria
e método em
psicologia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MOLON, Susana I. Subjetividade e constituição do sujeito
em Vygotsky. São
Paulo : Educ, 1999, p. 147-165.
Nenhum comentário:
Postar um comentário