RESUMO DO LIVRO:
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM
O sujeito não
nasce pronto, suas características de personalidades são construídas nas
relações sociais, mediadas pelas cultura. O sujeito é quem é, não porque nasceu
assim, mas porque é filho daquele pai e daquela mãe, porque mora naquela cidade
e naquele tem por histórico, porque estuda naquela escola e seus professores
relacionam com ele de um determinado jeito no diz Vygotsky, que quanto maior a
quantidade e a qualidade de experiências vivenciadas pelo sujeito, mais
possibilidades criativas e de aprendizagem ele terá o que nos permite pensar,
então que o papel da escola não deve se limita a ensinar os conteúdos
considerados dialético, mas deve proporcionar à criança uma variedade de
experiência que favoreçam seu crescimento global.
CONSTITUIÇÃO DO
SUJEITO:
É constituído o
sujeito por meio de interações feita na sociedade, pois, por meios das
mediações que estabelece é que se apropria de conhecimentos. As aptidões
humanas não se transmitem por hereditariedade, mas se adquirem no decurso da
vida por um processo de apropriação da cultura anteriormente criada.
APRENDIZAGEM
MEDIADA E APRENDIZAGEM IMEDIATA (DIRETA)
Aprendizagem
mediada, é a aprendizagem que precisa da mediação de outra pessoa para que haja
a assimilação do saber, como é o caso do professor na escola, ele é o mediador
do conhecimento. A aprendizagem imediata, é a aprendizagem realizada de forma
direta, sem o intermédio de alguém, como é o caso do bebe que ao nascer quando
sua mãe o põe para mamar ele suga, ninguém o ensinou a sugar, ele aprendeu
diretamente, sozinho.
FUNÇÃO DA
INTERNALIZAÇÃO DOS SIGNOS CULTURAIS
A apropriação se dá de forma singular, ou
seja, cada ser apropria das coisas e das relações do mundo de forma única.
APRENDIZAGEM:
A aprendizagem
não nasce com a pessoa, mas se aprende no decorrer da história do indivíduo, no
meio da sociedade onde está, aprendendo a cultura social, ou seja, aprendendo
os modos culturais de agir, pensar, relacionar com outros e consigo mesmo. Resulta
da apropriação dos conhecimentos que o sujeito recombina ativamente, criando
seus próprios conhecimentos, projetos, atitudes. Toda aprendizagem se efetiva
na história de vida do sujeito.
DESENVOLVIMENTO
REAL E PROXIMAL (POTENCIAL)
O nível de
desenvolvimento real é aquela função ou capacidades que a criança já aprendeu e
domina. O desenvolvimento proximal ou potencial, é aquilo que a criança ainda
não sabe, mas é capaz de fazer, só que mediante a ajuda de outra pessoa. A
aprendizagem é o responsável por criar a zona de desenvolvimento proximal, na
medida em que, em interação com outras pessoas, a criança é capaz de colocar em
movimento vários processos de desenvolvimento que, sem ajuda externa, seriam impossíveis
de ocorrer. Esses processos se internalizam e passam a fazer parte das
aquisições do seu desenvolvimento individual.
DIFERENÇA ENTRE
DISTÚRBIOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.
Distúrbios na
aprendizagem são algo biológico, ou seja, nasce com a pessoa, que no decorrer
do tempo pode ser amenizado, mas não sanado totalmente, a pessoa com distúrbio
tem dificuldades na aquisição e no uso da audição, fala, escrita e raciocínio
matemático, pode ocorrer junto com outras desordens como: distúrbios sensorial,
retardo mental, distúrbio emocional e social, ou sofrer influências ambientais
como diferenças culturais. As dificuldades na aprendizagem são facilmente
removíveis, por se constituírem em problemas no processo de
ensino-aprendizagem, e não relacionadas a fatores biológicos resultantes de
disfunções do sistema nervoso central. As crianças devem ser entendidas como
indivíduo que se desenvolvem, ou não, a partir do que o meio sociocultural lhes
disponibiliza não só concretamente, em termos de oferta dos instrumentos
materiais necessários para aprendizagem, mas também dos processos de raciocínio
que o homem adquiriu ao longo de milhares de anos de evolução. É necessário
desenvolver mudanças na base do ensino ao invés de mudanças fragmentadas que
objetivam atingir a criança de forma individual. Como conseqüência, o enfoque
não seria mais ensinar a criança a aprender, mas, sim, aprender como ensinar a
criança.
MEDIAÇÃO
TRANSFORMA AS FUNÇÕES PRIMITIVAS EM PSICOLÓGICAS SUPERIORES.
As primeiras
formas de atividades psicológicas da criança são chamadas primitivas, ou
reflexo natural, e as segundas que dependem da incorporação da cultura, como
formas superiores. As atividades superiores precisam-se do contato social para
acontecer, a criança quando nasce e depois de algum tempo faz alguns sons, isso
é atividade natural e com o tempo interagindo com sua família e sociedade
aprende a falar, isso se torna funções superiores, pois teve o contato social,
par que isso acontecesse, visto se a criança não tivesse o contato social, isso
não aconteceria.
PAPEL DA
LINGUAGEM NO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Através da
linguagem é que se consegue o desenvolvimento de todas as reações
condicionadas/culturais. A criança interage com outra pessoa através da
linguagem, é manifestada a fome, dor, desconforto. A princípio a criança acha
que a palavra indica alguma coisa real e não possui significado concreto.
Depois começa a fazer a assimilação da palavra e o objeto, mas ainda não
estabelece uma relação interna entre signos e significação. Mais tarde com o
domínio total da linguagem, se for falado o objeto a criança consegue fazer
mentalmente a representação do que se quer mostrar.
APRENDIZAGEM
PARA A TEORIA CONSTRUTIVISTA
Significado:
Cognitivo (a) deriva da palavra Cognição, que significa: modo perceber
e interpretar a si mesmo. Não segue um padrão descritivo de interpretação
porque é subjetivo, ou seja, cada qual tem uma forma pessoal de analise,
levando em conta sua capacidade de aprendizado pela cognição..
Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem e ação. Exemplo: Tratando-se de afetividade, sou os dois extremos: Amo e odeio intensamente. Esta é uma forma cognitiva aprender, entender, de interpretar e agir (como me relaciono afetivamente com outras pessoas).
Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem e ação. Exemplo: Tratando-se de afetividade, sou os dois extremos: Amo e odeio intensamente. Esta é uma forma cognitiva aprender, entender, de interpretar e agir (como me relaciono afetivamente com outras pessoas).
É o processo de
organização das informações e de integração do material à estrutura cognitiva é
o que os cognitivistas denominam aprendizagem. A cognição é o processo através
do qual o mundo de significados tem origem. À medida que o ser se situa no
mundo, estabelece relações de significação, isto é, atribui significados à
realidade em que se encontra. O cognitivismo está, pois, preocupado com o
processo de compreensão, transformação, armazenamento e utilização das
informações, no plano da cognição.
APRENDIZAGEM
MECÂNICA E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Aprendizagem
mecânica: refere-se a aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma
associação com conceitos já existentes na estrutura cognitiva, ou seja não tem
nada a ver com os conhecimentos que a pessoa já possuía. O conhecimento assim
adquirido fica arbitrariamente distribuído na estrutura cognitiva, sem se ligar
a conceitos específicos.
Assim, por exemplo, o aluno para se submeter à uma prova, decora fórmulas,
macetes, leis, e tão logo a avaliação termine, esquece tudo. O
extremo oposto da aprendizagem significativa é a mecânica. Neste caso, as novas
idéias não se relacionam de forma lógica e clara com nenhuma idéia já existente
na estrutura cognitiva do sujeito, mas são “decoradas”. Desta maneira, elas são
armazenadas de forma arbitrária, o que não garante flexibilidade no seu uso,
nem longevidade. Como conseqüência dessa não flexibilidade, o indivíduo não é
capaz de expressar o novo conteúdo com linguagem diferente daquela com que este
material foi primeiramente aprendido. É importante ressaltar que, apesar de
Ausubel ter enfatizado sobremaneira a aprendizagem significativa, ele
compreendia que no processo de ensino-aprendizagem existem circunstâncias em
que a mecânica era inevitável.
Bock (1999, p.
117) destaca que a aprendizagem mecânica refere-se à aprendizagem de novas
informações com pouca ou nenhuma associação com conceitos já existentes na
estrutura cognitiva.
Já a aprendizagem significativa, segundo a autora, processa-se quando um novo conteúdo (idéias ou informações) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo assim assimilado. É necessário refletir que cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora haja discordâncias entre os estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos de aprendizagem. O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa. o conteúdo a ser aprendido pelo aluno, precisa fazer sentido e, isto acontece quando a informação nova “ancora-se”, apóia-se, nos conceitos importantes já existentes na estrutura cognitiva do aprendiz.
Já a aprendizagem significativa, segundo a autora, processa-se quando um novo conteúdo (idéias ou informações) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo assim assimilado. É necessário refletir que cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora haja discordâncias entre os estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos de aprendizagem. O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa. o conteúdo a ser aprendido pelo aluno, precisa fazer sentido e, isto acontece quando a informação nova “ancora-se”, apóia-se, nos conceitos importantes já existentes na estrutura cognitiva do aprendiz.
A aprendizagem
significativa tem lugar quando as novas idéias vão se relacionando de forma
não-arbitrária e substantiva com as idéias já existentes. Por
“não-arbitrariedade entende-se que existe uma relação lógica e explícita entre
a nova idéia e algumas outras já existentes na estrutura cognitiva do
indivíduo. Além de não-arbitrária, para ser significativa, a aprendizagem
precisa ser também substantiva, ou seja, uma vez aprendido determinado conteúdo
desta forma, o indivíduo conseguirá explicá-lo com as suas próprias palavras.
Assim, um mesmo conceito pode ser expresso em linguagem sinônima e transmitir o
mesmo significado (Aragão, 1976, p 21).
CONCEITO DE
APRENDIZAGEM PARA A TEORIA COGNITIVISTA E AMBIENTALISTAS
Para os
ambientalistas a aprendizagem é um processo pelo qual o comportamento é
modificado como resultado da experiência, enquanto para os cognitivistas é o
processo de organização das informações e de integração do material à estrutura
cognitivista. Para o ambientalista a aprendizagem modifica o comportamento e
para os cognitivistas as mudanças ocorrem em âmbito interno, modificando a
estrutura cognitiva, ou seja, os conhecimentos recentes modificam os
conhecimentos já existentes sobre aquele assunto.
1º PROVA DE PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO-
10 questões objetivas:
Relação entre psicologia e educação:
Comete-se o erro
de pensar que a aprendizagem começa apenas na idade escolar.
Muitos anos
antes de entrar na escola, a criança já vêm desenvolvendo hipóteses e
construindo um conhecimento sobre o mundo.
A tarefa de
ensinar, em nossa sociedade, não está concentrada apenas nas mãos dos
professores. O aluno aprende também através da família, dos amigos, de pessoas
que ele considera significativas, das experiências do cotidiano.
No ambiente
escolar a criança sofre uma transformação radical em sua forma de pensar.
É importante
colocar a serviço da educação e do ensino o conjunto de conhecimentos
psicológicos sobre as bases do desenvolvimento e da aprendizagem. Com eles, a
professora estará em posição mais favorável para planejar a sua ação.
A concepção histórico-crítica
permite-nos analisar a educação como uma atividade mediadora que insere de
forma contraditória na organização social, o que torna possível colocar como
meta não imediata da educação a transformação social, ou seja, uma meta
mediatizada pela transformação das consciências.
A educação é o
espaço que garante à classe trabalhadora a reapropriação do saber do qual é
sistematicamente desapropriada pela classe capitalista.
A educação no
espaço que lhe é próprio pode cumprir sua função política emergindo como
instrumento de luta e conscientização.
O psicólogo
escolar, sem perder de vista sua especificidade, deve apropriar-se de uma
concepção crítica de educação, já que só pode definir com clareza seu papel
profissional a partir de uma reflexão rigorosa sobre a função da escola e
fundamentalmente dos elementos que facilitam e daqueles que dificultam seu pleno
exercício.
Falar de
educação e cidadania é, sem dúvida, falar de um novo compromisso da psicologia
com o intuito de alcançar uma clareza política e filosófica que nos auxilie a
refletir sobre as nossas próprias finalidades.
Pensamento
educacional evidencia que já dispomos de um conjunto de elementos
teóricos-críticos importantes expressos na concepção que tem sido denominada:
SAVIANI-
HISTÓRICO-CRÍTICA
LIBÂNIO-
PEDAGOGIA CRÍTICO SOCIAL
GIROUX- CRÍTICA
SNYDERS-
PROGRESSISTA, Mas a formas mais completa e clara de enfrentamento das tarefas
de constituição da atividade educacional é de SAVIANI, histórico-crítica.
O papel do
psicólogo na escola não se limita a identificar e diagnosticar as “tais
crianças com dificuldades de aprendizagem”.
1)Você considera
que existe diferença entre a aprendizagem que se dá em situações cotidianas e a
aprendizagem escolar? Justifique sua resposta.
Conforme aponta Saviani
(1987), a educação é o espaço que garante à classe trabalhadora a reapropriação
do saber do qual é sistematicamente desapropriada pela classe capitalista.
Dessa forma, por diferentes mediações, a Educação no espaço que lhe é próprio
pode cumprir sua função política emergindo como instrumento de luta e
conscientização. O conhecimento continua sendo a matéria-prima da educação, mas
é fundamental que ele não seja mera “transmissão de conhecimentos”, e sim que
ouse e torne-se provocadora, lançando constantemente desafios aos seus alunos
de modo que eles ressignifiquem o conhecimento. Os desafios são potencialmente
estimulantes e exigem que se busquem soluções, e assim a superação da condição
de “não saber”, pela apropriação do novo conhecimento. A educação enquanto
atividade humana é histórica e inconclusa, transforma e é transformada pelos
sujeitos e, portanto, só pode ser compreendida na sua historicidade, no seu
tempo.
2)Como explica
que a aprendizagem não se inicia na entrada da criança na escola?
Em geral,
comete-se o erro de pensar que a aprendizagem começa apenas na idade escolar.
Consequentemente parte-se do princípio do princípio de que os ensinamentos que
ocorrem na escola principiam na sala de aula. Na verdade, muitos anos antes de
entrar na escola, a criança já vêm desenvolvendo hipóteses e construindo um
conhecimento sobre o mundo, o mesmo mundo que as matérias ditas escolares
procuram interpretar. No início da alfabetização, por exemplo, ela já tem uma
concepção de escrita, uma idéia a respeito de que se pode ou não escrever, uma
concepção sobre o sistema de representação gráfica. Coisa semelhante ocorre com
a matemática. Antes de entrar na escola, a criança já se deparou inúmeras vezes
com a noção de quantidade, realizando, inclusive, operações de cálculo. Um
conjunto de noções e de conceitos ja se encontra, portanto, estabelecido. Em
resumo, a tarefa de ensinar, em nossa sociedade, não está concentrada apenas
nas mãos dos professores. O aluno não aprende apenas na escola, mas também
através da família, dos amigos, de pessoas que ele considera significativas,
dos meios de comunicação de massa, das experiências do cotidiano, dos
movimentos sociais. Entretanto, a escola é a instituição social que se
apresenta como responsável pela educação sistemática das crianças jovens e até
mesmo de adultos.
3)Qual a
verdadeira função da educação?
Conforme
Oliveira (1995), a concepção histórico-crítica permite-nos analisar a Educação
como uma atividade mediadora que se insere de forma contraditória na
organização social, o que torna possível colocar como meta não imediata da
Educação a transformação social, ou seja, uma meta mediatizada pela
transformação das consciências. Essa reflexão é fundamental para a análise das
potencialidades e dos espaços historicamente possíveis da Educação e, em
conseqüência, da própria possibilidade de pensarmos as finalidades
transformadoras da Psicologia Escolar. Enfim, é buscar uma nova consciência
social que expresse um posicionamento firme na defesa de uma sociedade que
possa de fato humanizar o homem.
4)Por que o
psicólogo precisa compreender a função da educação para então compreender seu papel
na Psicologia Escolar?
No ambiente
escolar, a criança sofre uma transformação radical em sua forma de pensar.
Antes de entrar nela, os conhecimentos são assimilados de modo espontâneo, a
partir da experiência direta da criança. Em sala de aula, ao contrário, existe
uma intenção prévia de organizar situações que propiciem o aprimoramento dos
processos de pensamento da própria capacidade de aprender. A psicologia deve
oferecer seus conhecimentos acerca dos processos de aprendizagem e
desenvolvimento, para favorecer o papel do professor nessa tarefa que vai além
do ensinar, mas que constitui sujeitos de fato.
A Aplicação do Conhecimento Psicológico à
Educação:
A psicologia
escolar vinha se caracterizando pela psicologização das questões educacionais,
originando práticas individualistas e ajustatórias, com ênfase nos processos de
aprendizagem e nos procedimentos remediativos.
Esperava-se que
o psicólogo fizesse um trabalho clínico na escola, buscando “corrigir” os
alunos que não se enquadravam nas regras estabelecidas.
Os psicólogos
escolares, procurando construir um referencial crítico, passaram a reorientar
sua prática, propuseram a criação de um espaço em que não fosse ouvida apenas a
criança, mas seus professores e pais, com o objetivo de pensar a realidade da
escola como um processo de construção coletiva.
O psicólogo
educacional precisa criar um espaço para escutar as demandas da escola e pensar
maneiras de lidar com situações que são cotidianas.
A participação
do psicólogo educacional está no cotidiano da escola, nas reuniões de conselho
de classe, quem que poderá estabelecer novas maneiras de olhar os alunos,
evitando rótulos diagnósticos imprecisos e hipóteses únicas.
Precisa-se ter
cautela para diferenciar problemas e para que as soluções sejam mais justas e
eficazes.
O papel do
psicólogo na educação, o que fazia e o que se pretende que faça hoje em dia.
1)O que você
sabia sobre o papel do psicólogo na escola? o que pensa dele hoje?
Esperava-se que
o psicólogo fizesse um trabalho clínico na escola, buscando “corrigir” os
alunos que não se enquadravam nas regras estabelecidas. Pode-se perceber que a
expectativa dos professores e da equipe técnica da escola em questão também era
a de que a equipe de estágio explicasse o problema vivenciado na escola pela carência
economicamente e afetiva das crianças, pela desestrutura familiar vivendo na
escola pela carência econômica e afetiva das crianças, pela desestrutura
familiar, pela falta de limites... Nesse discurso, os únicos responsáveis pelo
fracasso escolar eram a criança e sua família. O psicólogo escolares (kupper,
1997) procurando construir um referencial crítico passaram a reorientar sua
prática, adotando o discurso como pressuposto básico. Propuseram a criação de
um espaço em que não fosse ouvida apenas a criança, mas seus professores e
pais, com o objetivo de pensar a realidade da escola como um processo de
construção coletiva. Assim sendo, as soluções não são buscadas a partir de um
enfoque individual: é o contexto escolar e suas práticas que constituem o
objeto da análise.
2) Por que a
escola esperava do psicólogo um papel clínico? Por que o psicólogo tem buscado
mudar essa posição?
O psicólogo foi,
por muitos anos e ainda hoje, considerado profissional da avaliação de crianças
com problemas de aprendizagem. O que favorecia a culpabilização da criança por
suas dificuldades. A escola esperava um profissional da clínica que avaliando a
criança, descobrisse qual o seu problema e logo resolvesse, assim, a escola
ficava isenta de se preocupar com essa criança e seu aprendizado. Essa
compreensão tem mudado, por perceber que a maioria dos problemas de
aprendizagem é na verdade problemas de ensinagem. Desse modo, o profissional da
psicologia auxilia o professor a pensar soluções para os tais problemas de
aprendizagem, sem necessidade culpabilizar as crianças por eles, mas, sim,
pensar no sistema educacional como um sistema muitas vezes não acessível a
essas crianças.
METACOGNIÇÃO: é
a tomada de consciência, ou seja, por que eu faço o que faço, por que motivo, e
descobrir a melhor estratégia de aprendizagem, para que haja melhor assimilação
dos conteúdos pelos alunos.
ENSINAR E
APRENDER CONSTITUI O SUJEITO
O ensinar
finalmente se objetiva na ação, no retorno à realidade, com a atividade já
alterada como objetividade subjetivada. O ensinar nesse momento se transforma
em aprender, pois a ação do professor se faz possibilidade de a criança se
apropriar de conhecimentos e, ampliando as suas experiências, aumenta assim
suas possibilidades criativas. FREIRE, ninguém educa ninguém, ninguém se educa
sozinho. Os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo. O ensinar e
aprender são, portanto, contextos de produção de significações em que os
sujeitos em relação ativamente produzem aos outros como a si mesmos. Isso
porque aprender, de acordo com a psicologia histórico-cultural, consiste na
apropriação ativa das significações das produções humanas que caracterizam a
realidade, possibilitando a constituição de modos mais complexos e elaborados
de regulação pelo próprio sujeito de sua conduta e vontade.
ENSINAR E
APRENDER
Quando se fala
em aprender, pensa na aquisição de conhecimentos, na busca de informações. O
mesmo acontece com o ensinar, remete à idéia de orientação, instrução, porém o
processo ensino-aprendizagem não acaba nunca, é uma teia que se tece a cada
nova amarração de significados. Aprende-se sempre, de modo que aprender não é
exclusividade do aluno, o professor também aprende enquanto ensino, e ensinar
não é exclusividade do professor, o aluno também ensina enquanto aprende.
Portanto na medida em que aprendemos, desenvolvemo-nos, ou melhor,
constituímo-nos como sujeitos, mudamos valores, ideais, perspectivas, projetos.
OLHAR OU
SIGNIFICAÇÃO DA PRENDIZAGEM, construído e não dado.
O olhar é
produzido, pois sua apreensão não é de uma realidade dada, mas de uma realidade
criada, ou seja, cultural. Não existe, portanto, o olhar, mas diferentes modos
de ver segundo a referência do que é visto a sistemas específicos de
atribuições de sentidos culturalmente produzidos. Olhar é assim compreendido
não como processo neutro de percepção em seu aspecto funcional, mas como
verdadeira visão de mundo, construída a partir dos dispositivos visuais de
apreensão e avaliação da realidade característicos de uma época e um lugar.
Assim constitui-se a percepção cotidiana do mundo, sendo este pré-ordenado
segundo estruturas de significação de certa forma rígidas.
ATIVIDADE
DOCENTE MAIOR QUE A AÇÃO DE ENSINAR
O professor deve
estar atento para pequenos progresso, sensibilidade para avaliar esforços
despendidos e sobretudo, capacidade de elaborar formas produtivas de orientar o
trabalho das crianças.. ao longo da interação adulto-criança, cabe ao primeiro
mediar e ajudar os mais jovens a se introduzirem no universo cultural da sua
sociedade, confiando em sua competência para ensinar e naquela das crianças
para se apropriarem do conhecimento já elaborado. Isso requer uma atitude
positiva frente à aprendizagem dos iniciantes. Se o adulto não manifestar
compreensão e empatia face às dificuldades do processo de aprender,
provavelmente minará a base que as gerações futuras necessitam par construírem
novas formas de pensar e atuar sobre o mundo.
PAPEL DO ALUNO
MAIOR QUE APRENDER CONTEÚDOS
É importante que
a sociedade em geral e a escola valorizem as pequenas construções infantis no
dia a dia, compreendendo e incentivando a rica interação entre o novo e o
conhecido. De modo mais amplo, é necessário que se estimule e encoraje o
próprio prazer de aprender, frequentemente ausente da vida e das salas de aula.
PAPEL DA
FORMAÇÃO DO PROFESSOR NA DEFINIÇÃO DO OBJETO DE CONHECIMENTO
Sua formação e
sua prática, o sujeito-professor amplia suas possibilidades e alcança uma
situação facilitadora de transformações. A formação deverá, desse modo,
contemplar a reflexão sobre seu saber e seu saber fazer. Assim, teorias e
práticas deverão ser contempladas como objeto de estudo e reflexão, pois estas
são indispensáveis onde a mudança de uma delas implica o repensar e o mudar da
outra.
QUAL É A MELHOR
FORMAÇÃO TEÓRICA OU PRÁTICA
A formação
continuada serve como atualização da formação básica, podendo transformar os
conhecimentos teóricos em definitivamente conhecimentos práticos. A prática
pedagógica diária constitui um importante espaço de sua formação. Nesse espaço,
os professores partilham materiais, informações sobre os alunos, comentários
sobre os trabalhos desenvolvidos. Criam alternativas, tornam-se
produtores/autores. Repartem também dúvidas, dificuldades, impasses e saberes
gerados no dia a dia da prática escolar, no confronto entre as expectativas e
os resultados.
ATIVIDADE
CRIADORA
Vygotsky
apresenta a atividade criativa ou criadora como atividade humana, sendo
entendida como processo social, necessariamente mediado. Assim, a criação passa
a ser compreendida como a possibilidade de compor o novo, a partir dos
elementos do cotidiano, e, desse modo, o novo passa a ser uma combinação com
base no antigo. O processo criativo se encontra relacionado à riqueza e
variedade das experiências acumuladas pelo sujeito, pois é com base no
repertório de experiências anteriores vivenciadas que o sujeito amplia sua
possibilidade de perceber o real e criar novas imagens, estruturando suas
fantasias. Para este autor, o sujeito não cria acrescentando dados à realidade,
mas estranhando a mesma, rompendo com a formalidade, com a rotina.
ATIVIDADE
ESTÉTICA
O sujeito é
ético no sentido social responsável por sua incompletude e pela busca da
completude, é cognitivo, por ser reflexivo e histórico, capaz de ofertar
sentido à realidade, e é estético no sentido da emoção. Estética é a emoção, um
modo de se expor encantadamente no mundo. Olhares estéticos, portanto, dependem
não somente da visão, mas fundamentalmente das relações que pessoas concretas
estabelecem, por seu intermédio, com a realidade. Relações que são estéticas na
medida em que consiste em experiências pautadas por uma sensibilidade que
descola a ambos, sujeito e realidade admirada, do imediato, da existência
física e objetiva (ZANELLA)
RELAÇÃO ENTRE
ATIVIDADE ESTÉTICA E CRIADORA NA APRENDIZAGEM
Para ser capaz
de criar, cada pessoa precisa utilizar o que já conhece articulando esses
saberes inventivamente e numa perspectivas de esteticidade que lança mão da
reflexão, emoção e imaginação a um só tempo, superando-os em relação a novos
desenhos daquilo que vivencia no presente bem como do porvir. Mas de que forma
isto acontece concretamente no sujeito? Todas as atividades humanas que não se
limite a reproduzir fatos ou impressões vividas, mas que crie novas imagens,
pertence a esta segunda função criadora ou combinada. O cérebro não se limita a
ser um órgão capaz de conservar ou reproduzir nossas experiências passadas, é
também um órgão combinado, criador, capaz de reelaborar e criar com elementos
de experiências passadas das novas normas e possibilidades. É preciso a
atividade criadora do homem que faz dele um ser projetado para o futuro, um ser
que contribui ao criar e modificar seu presente.
IMPORTÂNCIA DA
ATIVIDADE ESTÉTICA PARA CRIAÇÃO DE UM NOVO CONTEXTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
A arte nesta compreensão pode ser uma
mediadora qualificada para se atingir num sujeito a sua vivência subjetiva. A
arte possibilita na compreensão de Vygotsky a abertura para a expressão de
sentimentos e compreensões do mundo que revelam aspectos da produção de sentidos
de um sujeito que estão entrelaçados com sua objetividade. Aquilo que no
sujeito produz como expressão artística estará, de certo modo, resgatando a
compreensão que o mesmo tem de sua existência no plano da materialidade. A arte
retrata a relação entre subjetividade e objetividade, uma vez que cria um campo
de possibilidades em que a realidade pode ser transformada pela percepção
singular, revelando, consequentemente, o impacto daquela sobre a formação da
consciência de si e do outro. A arte-educação é a ideia de relacionar, dentro
da sala de aula, expressão com cultura, ou seja, levar o aluno a construir a
sua linguagem pessoal e, ao mesmo tempo, mostrar-lhe que arte é cultura e que é
importante conhecê-la, pois az parte de nossa existência. A leitura do discurso
visual não se resume apenas na forma, cor, volume, ou movimento, mas é centrada
na significação que esses atributos, em contextos diversos, conferem à imagem,
e isso é uma imposição da época em que vivemos. A importância da arte-educação
é pelo fato de ela não propor modelos de certo ou errado, levando o aluno a
trabalhar a construção de hipóteses, partindo da interação dos saberes, por
isso, tal processo se dá no coletivo e inclui a voz, o olhar, o tocar, o pensar
e o sentir de todos. É o recurso pedagógico que, no âmbito da psicologia, passa
a ser um dispositivo que pode fortalecer a relação entre a apropriação do
conhecimento, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores (percepção,
atenção, linguagem e pensamento, por exemplo) e o processo de socialização
infantil.
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