AS POTENCIALIDADES Á CIMA
DAS INCAPACIDADES
A preocupação com a educação de pessoas com deficiência
ocupa um lugar de destaque no conjunto da obra de Vigotsky, sua maior parte,
entre 1925 e 1929, versando sobre o desenvolvimento psicológico e a educação de
pessoas com deficiência. Na realidade, o interesse de Vigotsky por essas
questões decorria tanto de preocupações científicas quanto de seu compromisso
com as transformações sociais. O período
pós revolução de 1917 trouxe consigo a situação de milhares de crianças em
condição de vulnerabilidade, muitas delas com deficiência. Na tarefa de
responder adequadamente a essa demanda social, o governo soviético envolveu
Vigotsky na elaboração de propostas educacionais coerentes com o contexto
político e social vigente. Na década de 80 os textos de Vigotsky começou a ser
discutido aqui no Brasil, mas só a partir da década de 90 com a “Declaração de
Salamanca”, surge a Inclusão escolar que veio para romper o paradigma
educacional existente a estrutura curricular fechada e com a homogeneidade na
escola. As pessoas com deficiência são reconhecidas como cidadãs e aceitas na
escola, pois, a partir desse momento todos independente de suas limitações tem
direitos iguais.
Desse processo surge o desafio no campo educacional, pois
para que ocorresse a inclusão seria necessário a reforma e a reestruturação das
escolas como um todo. Impondo as escola: lidar com a diversidade e buscar respostas para as
diferentes necessidades educacionais. Trabalhar com o nível de conhecimento,
adaptar o ensino ao interesse e ao ritmo de aprendizagem de cada aluno e
ajudá-lo a progredir e a ter experiências significativas de aprendizagem.
A partir do entendimento de que o
desenvolvimento humano se processa por meio de rupturas e transformações, é que
Vygotsky (1987) aponta como fator preponderante da condição humana, a criação e
o uso de “estímulos auxiliares” ou “artificiais” que fazem parte dos
instrumentos da cultura, na qual o ser humano é inserido ao nascer (PINHEIRO,
2000). Nesse contexto, o desenvolvimento segue as mesmas leis para todos os
humanos: aparece primeiro coletivamente, no(s) outro(s)social(ais),
externamente, para em seguida, ser apropriado pelo sujeito, tornar-se internalizado.
Não obstante, o desenvolvimento não segue o mesmo curso para todas as pessoas e
pode ser complicado por atraso em uma área, como é o caso da deficiência
intelectual.
A educação inclusiva é um
movimento mundial fundamentado nos princípios dos direitos humanos e da
cidadania, tendo por objetivo eliminar a discriminação e a exclusão, para
garantir o direito à igualdade de oportunidades e à diferença, transformando os
sistemas de ensino, de modo a propiciar a participação de todos os alunos, com
foco específico naqueles que são vulnerá-veis à marginalização e exclusão.
Cláudia Pereira Dutra. “Com uma nova concepção de ser humano, ética, cultura e
sociedade, e também com a evolução do conhecimento científico acerca da
inteligência humana, a educação passa a ser definida e viabilizada como direito
de todos. À medida que existe esta mudança de mentalidade nas escolas,
altera-se o pensamento e a realidade cultural do País”.
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