sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM



RESUMO DO LIVRO:
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM
O sujeito não nasce pronto, suas características de personalidades são construídas nas relações sociais, mediadas pelas cultura. O sujeito é quem é, não porque nasceu assim, mas porque é filho daquele pai e daquela mãe, porque mora naquela cidade e naquele tem por histórico, porque estuda naquela escola e seus professores relacionam com ele de um determinado jeito no diz Vygotsky, que quanto maior a quantidade e a qualidade de experiências vivenciadas pelo sujeito, mais possibilidades criativas e de aprendizagem ele terá o que nos permite pensar, então que o papel da escola não deve se limita a ensinar os conteúdos considerados dialético, mas deve proporcionar à criança uma variedade de experiência que favoreçam seu crescimento global.
CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO:
É constituído o sujeito por meio de interações feita na sociedade, pois, por meios das mediações que estabelece é que se apropria de conhecimentos. As aptidões humanas não se transmitem por hereditariedade, mas se adquirem no decurso da vida por um processo de apropriação da cultura anteriormente criada.
APRENDIZAGEM MEDIADA E APRENDIZAGEM IMEDIATA (DIRETA)
Aprendizagem mediada, é a aprendizagem que precisa da mediação de outra pessoa para que haja a assimilação do saber, como é o caso do professor na escola, ele é o mediador do conhecimento. A aprendizagem imediata, é a aprendizagem realizada de forma direta, sem o intermédio de alguém, como é o caso do bebe que ao nascer quando sua mãe o põe para mamar ele suga, ninguém o ensinou a sugar, ele aprendeu diretamente, sozinho.
FUNÇÃO DA INTERNALIZAÇÃO DOS SIGNOS CULTURAIS
 A apropriação se dá de forma singular, ou seja, cada ser apropria das coisas e das relações do mundo de forma única.
APRENDIZAGEM:
A aprendizagem não nasce com a pessoa, mas se aprende no decorrer da história do indivíduo, no meio da sociedade onde está, aprendendo a cultura social, ou seja, aprendendo os modos culturais de agir, pensar, relacionar com outros e consigo mesmo. Resulta da apropriação dos conhecimentos que o sujeito recombina ativamente, criando seus próprios conhecimentos, projetos, atitudes. Toda aprendizagem se efetiva na história de vida do sujeito.
DESENVOLVIMENTO REAL E PROXIMAL (POTENCIAL)
O nível de desenvolvimento real é aquela função ou capacidades que a criança já aprendeu e domina. O desenvolvimento proximal ou potencial, é aquilo que a criança ainda não sabe, mas é capaz de fazer, só que mediante a ajuda de outra pessoa. A aprendizagem é o responsável por criar a zona de desenvolvimento proximal, na medida em que, em interação com outras pessoas, a criança é capaz de colocar em movimento vários processos de desenvolvimento que, sem ajuda externa, seriam impossíveis de ocorrer. Esses processos se internalizam e passam a fazer parte das aquisições do seu desenvolvimento individual.
DIFERENÇA ENTRE DISTÚRBIOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.
Distúrbios na aprendizagem são algo biológico, ou seja, nasce com a pessoa, que no decorrer do tempo pode ser amenizado, mas não sanado totalmente, a pessoa com distúrbio tem dificuldades na aquisição e no uso da audição, fala, escrita e raciocínio matemático, pode ocorrer junto com outras desordens como: distúrbios sensorial, retardo mental, distúrbio emocional e social, ou sofrer influências ambientais como diferenças culturais. As dificuldades na aprendizagem são facilmente removíveis, por se constituírem em problemas no processo de ensino-aprendizagem, e não relacionadas a fatores biológicos resultantes de disfunções do sistema nervoso central. As crianças devem ser entendidas como indivíduo que se desenvolvem, ou não, a partir do que o meio sociocultural lhes disponibiliza não só concretamente, em termos de oferta dos instrumentos materiais necessários para aprendizagem, mas também dos processos de raciocínio que o homem adquiriu ao longo de milhares de anos de evolução. É necessário desenvolver mudanças na base do ensino ao invés de mudanças fragmentadas que objetivam atingir a criança de forma individual. Como conseqüência, o enfoque não seria mais ensinar a criança a aprender, mas, sim, aprender como ensinar a criança.
MEDIAÇÃO TRANSFORMA AS FUNÇÕES PRIMITIVAS EM PSICOLÓGICAS SUPERIORES.
As primeiras formas de atividades psicológicas da criança são chamadas primitivas, ou reflexo natural, e as segundas que dependem da incorporação da cultura, como formas superiores. As atividades superiores precisam-se do contato social para acontecer, a criança quando nasce e depois de algum tempo faz alguns sons, isso é atividade natural e com o tempo interagindo com sua família e sociedade aprende a falar, isso se torna funções superiores, pois teve o contato social, par que isso acontecesse, visto se a criança não tivesse o contato social, isso não aconteceria.
PAPEL DA LINGUAGEM NO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Através da linguagem é que se consegue o desenvolvimento de todas as reações condicionadas/culturais. A criança interage com outra pessoa através da linguagem, é manifestada a fome, dor, desconforto. A princípio a criança acha que a palavra indica alguma coisa real e não possui significado concreto. Depois começa a fazer a assimilação da palavra e o objeto, mas ainda não estabelece uma relação interna entre signos e significação. Mais tarde com o domínio total da linguagem, se for falado o objeto a criança consegue fazer mentalmente a representação do que se quer mostrar.
APRENDIZAGEM PARA A TEORIA CONSTRUTIVISTA
Significado: Cognitivo (a) deriva da palavra Cognição, que significa: modo perceber e interpretar a si mesmo. Não segue um padrão descritivo de interpretação porque é subjetivo, ou seja, cada qual tem uma forma pessoal de analise, levando em conta sua capacidade de aprendizado pela cognição..
Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem e ação.   Exemplo: Tratando-se de afetividade, sou os dois extremos: Amo e odeio intensamente. Esta é uma forma cognitiva aprender, entender, de interpretar e agir (como me relaciono afetivamente com outras pessoas).
É o processo de organização das informações e de integração do material à estrutura cognitiva é o que os cognitivistas denominam aprendizagem. A cognição é o processo através do qual o mundo de significados tem origem. À medida que o ser se situa no mundo, estabelece relações de significação, isto é, atribui significados à realidade em que se encontra. O cognitivismo está, pois, preocupado com o processo de compreensão, transformação, armazenamento e utilização das informações, no plano da cognição.
APRENDIZAGEM MECÂNICA E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Aprendizagem mecânica: refere-se a aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma associação com conceitos já existentes na estrutura cognitiva, ou seja não tem nada a ver com os conhecimentos que a pessoa já possuía. O conhecimento assim adquirido fica arbitrariamente distribuído na estrutura cognitiva, sem se ligar a conceitos específicos.  Assim, por exemplo, o aluno para se submeter à uma prova, decora fórmulas,  macetes, leis, e tão logo a avaliação termine, esquece tudo. O extremo oposto da aprendizagem significativa é a mecânica. Neste caso, as novas idéias não se relacionam de forma lógica e clara com nenhuma idéia já existente na estrutura cognitiva do sujeito, mas são “decoradas”. Desta maneira, elas são armazenadas de forma arbitrária, o que não garante flexibilidade no seu uso, nem longevidade. Como conseqüência dessa não flexibilidade, o indivíduo não é capaz de expressar o novo conteúdo com linguagem diferente daquela com que este material foi primeiramente aprendido. É importante ressaltar que, apesar de Ausubel ter enfatizado sobremaneira a aprendizagem significativa, ele compreendia que no processo de ensino-aprendizagem existem circunstâncias em que a mecânica era inevitável.  
Bock (1999, p. 117) destaca que a aprendizagem mecânica refere-se à aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma associação com conceitos já existentes na estrutura cognitiva.
Já a aprendizagem significativa, segundo a autora, processa-se quando um novo conteúdo (idéias ou informações) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo assim assimilado. É necessário refletir que cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora haja discordâncias entre os estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos de aprendizagem. O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa. o conteúdo a ser aprendido pelo aluno,  precisa  fazer  sentido  e,  isto  acontece  quando  a  informação  nova  “ancora-se”,  apóia-se,  nos  conceitos importantes já existentes na estrutura cognitiva do aprendiz. 
A aprendizagem significativa tem lugar quando as novas idéias vão se relacionando de forma não-arbitrária e substantiva com as idéias já existentes. Por “não-arbitrariedade entende-se que existe uma relação lógica e explícita entre a nova idéia e algumas outras já existentes na estrutura cognitiva do indivíduo. Além de não-arbitrária, para ser significativa, a aprendizagem precisa ser também substantiva, ou seja, uma vez aprendido determinado conteúdo desta forma, o indivíduo conseguirá explicá-lo com as suas próprias palavras. Assim, um mesmo conceito pode ser expresso em linguagem sinônima e transmitir o mesmo significado (Aragão, 1976, p 21).
CONCEITO DE APRENDIZAGEM PARA A TEORIA COGNITIVISTA E AMBIENTALISTAS

Para os ambientalistas a aprendizagem é um processo pelo qual o comportamento é modificado como resultado da experiência, enquanto para os cognitivistas é o processo de organização das informações e de integração do material à estrutura cognitivista. Para o ambientalista a aprendizagem modifica o comportamento e para os cognitivistas as mudanças ocorrem em âmbito interno, modificando a estrutura cognitiva, ou seja, os conhecimentos recentes modificam os conhecimentos já existentes sobre aquele assunto.

1º PROVA DE PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO- 10 questões objetivas:
Relação entre psicologia e educação:
Comete-se o erro de pensar que a aprendizagem começa apenas na idade escolar.
Muitos anos antes de entrar na escola, a criança já vêm desenvolvendo hipóteses e construindo um conhecimento sobre o mundo.
A tarefa de ensinar, em nossa sociedade, não está concentrada apenas nas mãos dos professores. O aluno aprende também através da família, dos amigos, de pessoas que ele considera significativas, das experiências do cotidiano.
No ambiente escolar a criança sofre uma transformação radical em sua forma de pensar.
É importante colocar a serviço da educação e do ensino o conjunto de conhecimentos psicológicos sobre as bases do desenvolvimento e da aprendizagem. Com eles, a professora estará em posição mais favorável para planejar a sua ação.
A concepção histórico-crítica permite-nos analisar a educação como uma atividade mediadora que insere de forma contraditória na organização social, o que torna possível colocar como meta não imediata da educação a transformação social, ou seja, uma meta mediatizada pela transformação das consciências.
A educação é o espaço que garante à classe trabalhadora a reapropriação do saber do qual é sistematicamente desapropriada pela classe capitalista.
A educação no espaço que lhe é próprio pode cumprir sua função política emergindo como instrumento de luta e conscientização.
O psicólogo escolar, sem perder de vista sua especificidade, deve apropriar-se de uma concepção crítica de educação, já que só pode definir com clareza seu papel profissional a partir de uma reflexão rigorosa sobre a função da escola e fundamentalmente dos elementos que facilitam e daqueles que dificultam seu pleno exercício.
Falar de educação e cidadania é, sem dúvida, falar de um novo compromisso da psicologia com o intuito de alcançar uma clareza política e filosófica que nos auxilie a refletir sobre as nossas próprias finalidades.
Pensamento educacional evidencia que já dispomos de um conjunto de elementos teóricos-críticos importantes expressos na concepção que tem sido denominada:
SAVIANI- HISTÓRICO-CRÍTICA
LIBÂNIO- PEDAGOGIA CRÍTICO SOCIAL
GIROUX- CRÍTICA
SNYDERS- PROGRESSISTA, Mas a formas mais completa e clara de enfrentamento das tarefas de constituição da atividade educacional é de SAVIANI, histórico-crítica.
O papel do psicólogo na escola não se limita a identificar e diagnosticar as “tais crianças com dificuldades de aprendizagem”.
1)Você considera que existe diferença entre a aprendizagem que se dá em situações cotidianas e a aprendizagem escolar? Justifique sua resposta.
Conforme aponta Saviani (1987), a educação é o espaço que garante à classe trabalhadora a reapropriação do saber do qual é sistematicamente desapropriada pela classe capitalista. Dessa forma, por diferentes mediações, a Educação no espaço que lhe é próprio pode cumprir sua função política emergindo como instrumento de luta e conscientização. O conhecimento continua sendo a matéria-prima da educação, mas é fundamental que ele não seja mera “transmissão de conhecimentos”, e sim que ouse e torne-se provocadora, lançando constantemente desafios aos seus alunos de modo que eles ressignifiquem o conhecimento. Os desafios são potencialmente estimulantes e exigem que se busquem soluções, e assim a superação da condição de “não saber”, pela apropriação do novo conhecimento. A educação enquanto atividade humana é histórica e inconclusa, transforma e é transformada pelos sujeitos e, portanto, só pode ser compreendida na sua historicidade, no seu tempo.
2)Como explica que a aprendizagem não se inicia na entrada da criança na escola?
Em geral, comete-se o erro de pensar que a aprendizagem começa apenas na idade escolar. Consequentemente parte-se do princípio do princípio de que os ensinamentos que ocorrem na escola principiam na sala de aula. Na verdade, muitos anos antes de entrar na escola, a criança já vêm desenvolvendo hipóteses e construindo um conhecimento sobre o mundo, o mesmo mundo que as matérias ditas escolares procuram interpretar. No início da alfabetização, por exemplo, ela já tem uma concepção de escrita, uma idéia a respeito de que se pode ou não escrever, uma concepção sobre o sistema de representação gráfica. Coisa semelhante ocorre com a matemática. Antes de entrar na escola, a criança já se deparou inúmeras vezes com a noção de quantidade, realizando, inclusive, operações de cálculo. Um conjunto de noções e de conceitos ja se encontra, portanto, estabelecido. Em resumo, a tarefa de ensinar, em nossa sociedade, não está concentrada apenas nas mãos dos professores. O aluno não aprende apenas na escola, mas também através da família, dos amigos, de pessoas que ele considera significativas, dos meios de comunicação de massa, das experiências do cotidiano, dos movimentos sociais. Entretanto, a escola é a instituição social que se apresenta como responsável pela educação sistemática das crianças jovens e até mesmo de adultos.
3)Qual a verdadeira função da educação?
Conforme Oliveira (1995), a concepção histórico-crítica permite-nos analisar a Educação como uma atividade mediadora que se insere de forma contraditória na organização social, o que torna possível colocar como meta não imediata da Educação a transformação social, ou seja, uma meta mediatizada pela transformação das consciências. Essa reflexão é fundamental para a análise das potencialidades e dos espaços historicamente possíveis da Educação e, em conseqüência, da própria possibilidade de pensarmos as finalidades transformadoras da Psicologia Escolar. Enfim, é buscar uma nova consciência social que expresse um posicionamento firme na defesa de uma sociedade que possa de fato humanizar o homem.
4)Por que o psicólogo precisa compreender a função da educação para então compreender seu papel na Psicologia Escolar?
No ambiente escolar, a criança sofre uma transformação radical em sua forma de pensar. Antes de entrar nela, os conhecimentos são assimilados de modo espontâneo, a partir da experiência direta da criança. Em sala de aula, ao contrário, existe uma intenção prévia de organizar situações que propiciem o aprimoramento dos processos de pensamento da própria capacidade de aprender. A psicologia deve oferecer seus conhecimentos acerca dos processos de aprendizagem e desenvolvimento, para favorecer o papel do professor nessa tarefa que vai além do ensinar, mas que constitui sujeitos de fato.
A Aplicação do Conhecimento Psicológico à Educação:
A psicologia escolar vinha se caracterizando pela psicologização das questões educacionais, originando práticas individualistas e ajustatórias, com ênfase nos processos de aprendizagem e nos procedimentos remediativos.
Esperava-se que o psicólogo fizesse um trabalho clínico na escola, buscando “corrigir” os alunos que não se enquadravam nas regras estabelecidas.
Os psicólogos escolares, procurando construir um referencial crítico, passaram a reorientar sua prática, propuseram a criação de um espaço em que não fosse ouvida apenas a criança, mas seus professores e pais, com o objetivo de pensar a realidade da escola como um processo de construção coletiva.
O psicólogo educacional precisa criar um espaço para escutar as demandas da escola e pensar maneiras de lidar com situações que são cotidianas.
A participação do psicólogo educacional está no cotidiano da escola, nas reuniões de conselho de classe, quem que poderá estabelecer novas maneiras de olhar os alunos, evitando rótulos diagnósticos imprecisos e hipóteses únicas.
Precisa-se ter cautela para diferenciar problemas e para que as soluções sejam mais justas e eficazes.
O papel do psicólogo na educação, o que fazia e o que se pretende que faça hoje em dia.
1)O que você sabia sobre o papel do psicólogo na escola? o que pensa dele hoje?
Esperava-se que o psicólogo fizesse um trabalho clínico na escola, buscando “corrigir” os alunos que não se enquadravam nas regras estabelecidas. Pode-se perceber que a expectativa dos professores e da equipe técnica da escola em questão também era a de que a equipe de estágio explicasse o problema vivenciado na escola pela carência economicamente e afetiva das crianças, pela desestrutura familiar vivendo na escola pela carência econômica e afetiva das crianças, pela desestrutura familiar, pela falta de limites... Nesse discurso, os únicos responsáveis pelo fracasso escolar eram a criança e sua família. O psicólogo escolares (kupper, 1997) procurando construir um referencial crítico passaram a reorientar sua prática, adotando o discurso como pressuposto básico. Propuseram a criação de um espaço em que não fosse ouvida apenas a criança, mas seus professores e pais, com o objetivo de pensar a realidade da escola como um processo de construção coletiva. Assim sendo, as soluções não são buscadas a partir de um enfoque individual: é o contexto escolar e suas práticas que constituem o objeto da análise.
2) Por que a escola esperava do psicólogo um papel clínico? Por que o psicólogo tem buscado mudar essa posição?
O psicólogo foi, por muitos anos e ainda hoje, considerado profissional da avaliação de crianças com problemas de aprendizagem. O que favorecia a culpabilização da criança por suas dificuldades. A escola esperava um profissional da clínica que avaliando a criança, descobrisse qual o seu problema e logo resolvesse, assim, a escola ficava isenta de se preocupar com essa criança e seu aprendizado. Essa compreensão tem mudado, por perceber que a maioria dos problemas de aprendizagem é na verdade problemas de ensinagem. Desse modo, o profissional da psicologia auxilia o professor a pensar soluções para os tais problemas de aprendizagem, sem necessidade culpabilizar as crianças por eles, mas, sim, pensar no sistema educacional como um sistema muitas vezes não acessível a essas crianças.
METACOGNIÇÃO: é a tomada de consciência, ou seja, por que eu faço o que faço, por que motivo, e descobrir a melhor estratégia de aprendizagem, para que haja melhor assimilação dos conteúdos pelos alunos.
ENSINAR E APRENDER CONSTITUI O SUJEITO
O ensinar finalmente se objetiva na ação, no retorno à realidade, com a atividade já alterada como objetividade subjetivada. O ensinar nesse momento se transforma em aprender, pois a ação do professor se faz possibilidade de a criança se apropriar de conhecimentos e, ampliando as suas experiências, aumenta assim suas possibilidades criativas. FREIRE, ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho. Os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo. O ensinar e aprender são, portanto, contextos de produção de significações em que os sujeitos em relação ativamente produzem aos outros como a si mesmos. Isso porque aprender, de acordo com a psicologia histórico-cultural, consiste na apropriação ativa das significações das produções humanas que caracterizam a realidade, possibilitando a constituição de modos mais complexos e elaborados de regulação pelo próprio sujeito de sua conduta e vontade.
ENSINAR E APRENDER
Quando se fala em aprender, pensa na aquisição de conhecimentos, na busca de informações. O mesmo acontece com o ensinar, remete à idéia de orientação, instrução, porém o processo ensino-aprendizagem não acaba nunca, é uma teia que se tece a cada nova amarração de significados. Aprende-se sempre, de modo que aprender não é exclusividade do aluno, o professor também aprende enquanto ensino, e ensinar não é exclusividade do professor, o aluno também ensina enquanto aprende. Portanto na medida em que aprendemos, desenvolvemo-nos, ou melhor, constituímo-nos como sujeitos, mudamos valores, ideais, perspectivas, projetos.
OLHAR OU SIGNIFICAÇÃO DA PRENDIZAGEM, construído e não dado.
O olhar é produzido, pois sua apreensão não é de uma realidade dada, mas de uma realidade criada, ou seja, cultural. Não existe, portanto, o olhar, mas diferentes modos de ver segundo a referência do que é visto a sistemas específicos de atribuições de sentidos culturalmente produzidos. Olhar é assim compreendido não como processo neutro de percepção em seu aspecto funcional, mas como verdadeira visão de mundo, construída a partir dos dispositivos visuais de apreensão e avaliação da realidade característicos de uma época e um lugar. Assim constitui-se a percepção cotidiana do mundo, sendo este pré-ordenado segundo estruturas de significação de certa forma rígidas.
ATIVIDADE DOCENTE MAIOR QUE A AÇÃO DE ENSINAR
O professor deve estar atento para pequenos progresso, sensibilidade para avaliar esforços despendidos e sobretudo, capacidade de elaborar formas produtivas de orientar o trabalho das crianças.. ao longo da interação adulto-criança, cabe ao primeiro mediar e ajudar os mais jovens a se introduzirem no universo cultural da sua sociedade, confiando em sua competência para ensinar e naquela das crianças para se apropriarem do conhecimento já elaborado. Isso requer uma atitude positiva frente à aprendizagem dos iniciantes. Se o adulto não manifestar compreensão e empatia face às dificuldades do processo de aprender, provavelmente minará a base que as gerações futuras necessitam par construírem novas formas de pensar e atuar sobre o mundo.
PAPEL DO ALUNO MAIOR QUE APRENDER CONTEÚDOS
É importante que a sociedade em geral e a escola valorizem as pequenas construções infantis no dia a dia, compreendendo e incentivando a rica interação entre o novo e o conhecido. De modo mais amplo, é necessário que se estimule e encoraje o próprio prazer de aprender, frequentemente ausente da vida e das salas de aula.
PAPEL DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR NA DEFINIÇÃO DO OBJETO DE CONHECIMENTO
Sua formação e sua prática, o sujeito-professor amplia suas possibilidades e alcança uma situação facilitadora de transformações. A formação deverá, desse modo, contemplar a reflexão sobre seu saber e seu saber fazer. Assim, teorias e práticas deverão ser contempladas como objeto de estudo e reflexão, pois estas são indispensáveis onde a mudança de uma delas implica o repensar e o mudar da outra.
QUAL É A MELHOR FORMAÇÃO TEÓRICA OU PRÁTICA
A formação continuada serve como atualização da formação básica, podendo transformar os conhecimentos teóricos em definitivamente conhecimentos práticos. A prática pedagógica diária constitui um importante espaço de sua formação. Nesse espaço, os professores partilham materiais, informações sobre os alunos, comentários sobre os trabalhos desenvolvidos. Criam alternativas, tornam-se produtores/autores. Repartem também dúvidas, dificuldades, impasses e saberes gerados no dia a dia da prática escolar, no confronto entre as expectativas e os resultados.
ATIVIDADE CRIADORA
Vygotsky apresenta a atividade criativa ou criadora como atividade humana, sendo entendida como processo social, necessariamente mediado. Assim, a criação passa a ser compreendida como a possibilidade de compor o novo, a partir dos elementos do cotidiano, e, desse modo, o novo passa a ser uma combinação com base no antigo. O processo criativo se encontra relacionado à riqueza e variedade das experiências acumuladas pelo sujeito, pois é com base no repertório de experiências anteriores vivenciadas que o sujeito amplia sua possibilidade de perceber o real e criar novas imagens, estruturando suas fantasias. Para este autor, o sujeito não cria acrescentando dados à realidade, mas estranhando a mesma, rompendo com a formalidade, com a rotina.
ATIVIDADE ESTÉTICA
O sujeito é ético no sentido social responsável por sua incompletude e pela busca da completude, é cognitivo, por ser reflexivo e histórico, capaz de ofertar sentido à realidade, e é estético no sentido da emoção. Estética é a emoção, um modo de se expor encantadamente no mundo. Olhares estéticos, portanto, dependem não somente da visão, mas fundamentalmente das relações que pessoas concretas estabelecem, por seu intermédio, com a realidade. Relações que são estéticas na medida em que consiste em experiências pautadas por uma sensibilidade que descola a ambos, sujeito e realidade admirada, do imediato, da existência física e objetiva (ZANELLA)
RELAÇÃO ENTRE ATIVIDADE ESTÉTICA E CRIADORA NA APRENDIZAGEM
Para ser capaz de criar, cada pessoa precisa utilizar o que já conhece articulando esses saberes inventivamente e numa perspectivas de esteticidade que lança mão da reflexão, emoção e imaginação a um só tempo, superando-os em relação a novos desenhos daquilo que vivencia no presente bem como do porvir. Mas de que forma isto acontece concretamente no sujeito? Todas as atividades humanas que não se limite a reproduzir fatos ou impressões vividas, mas que crie novas imagens, pertence a esta segunda função criadora ou combinada. O cérebro não se limita a ser um órgão capaz de conservar ou reproduzir nossas experiências passadas, é também um órgão combinado, criador, capaz de reelaborar e criar com elementos de experiências passadas das novas normas e possibilidades. É preciso a atividade criadora do homem que faz dele um ser projetado para o futuro, um ser que contribui ao criar e modificar seu presente.
IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE ESTÉTICA PARA CRIAÇÃO DE UM NOVO CONTEXTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
 A arte nesta compreensão pode ser uma mediadora qualificada para se atingir num sujeito a sua vivência subjetiva. A arte possibilita na compreensão de Vygotsky a abertura para a expressão de sentimentos e compreensões do mundo que revelam aspectos da produção de sentidos de um sujeito que estão entrelaçados com sua objetividade. Aquilo que no sujeito produz como expressão artística estará, de certo modo, resgatando a compreensão que o mesmo tem de sua existência no plano da materialidade. A arte retrata a relação entre subjetividade e objetividade, uma vez que cria um campo de possibilidades em que a realidade pode ser transformada pela percepção singular, revelando, consequentemente, o impacto daquela sobre a formação da consciência de si e do outro. A arte-educação é a ideia de relacionar, dentro da sala de aula, expressão com cultura, ou seja, levar o aluno a construir a sua linguagem pessoal e, ao mesmo tempo, mostrar-lhe que arte é cultura e que é importante conhecê-la, pois az parte de nossa existência. A leitura do discurso visual não se resume apenas na forma, cor, volume, ou movimento, mas é centrada na significação que esses atributos, em contextos diversos, conferem à imagem, e isso é uma imposição da época em que vivemos. A importância da arte-educação é pelo fato de ela não propor modelos de certo ou errado, levando o aluno a trabalhar a construção de hipóteses, partindo da interação dos saberes, por isso, tal processo se dá no coletivo e inclui a voz, o olhar, o tocar, o pensar e o sentir de todos. É o recurso pedagógico que, no âmbito da psicologia, passa a ser um dispositivo que pode fortalecer a relação entre a apropriação do conhecimento, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores (percepção, atenção, linguagem e pensamento, por exemplo) e o processo de socialização infantil.

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