REDAÇÃO 06/2013
Escrita por: Luzimar Luzia Ribeiro Donda.
A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA.
Em quase todas as bibliografias que
contam a história do Brasil desde a colonização, tenta minimizar a contribuição
do negro, do índio e mestiços na dinâmica social, como se sua contribuição
fosse inferior ou menos importante do que dos colonizadores. O negro é colocado
como simplesmente a mão-de-obra usada no plantio e nas colheitas de café, de
cana, no trabalho do garimpo, etc, como se sua contribuição fosse somente essa,
se esquecendo que eles tinham sua origem, seus costumes, sua cultura. Essas
suas peculiaridades foram sendo incluídas na cultura brasileira, somente depois
da abolição, pois, antes tudo que fazia parte da cultura do negro era visto
como algo pagão. Todo esse modo de
pensar e desvalorizar o negro era reflexo dos interesses do poder dominante, que
contribuía para que se tivesse uma visão alienada dos verdadeiros agentes
históricos que impulsionavam a dinâmica emergente da sociedade brasileira. O
negro era visto como um ser inferior e com isso justificando sua escravidão,
colocando-o sem capacidade civilizadora. Esse papel de impulsionar a nossa
sociedade em direção à civilização, era o papel do branco, do colonizador.
Depois do período do império e o surgimento da república brasileira, surgiu a
necessidade de contar a história do povo brasileiro, mas, é difícil mudar algo
que já estava tão impregnado naquele momento, que era a desvalorização do
negro. O racismo era e é um sentimento muito forte que persiste até os dias atuais.
História do Negro no Brasil é um
exercício de busca das nossas principais raízes culturais, nas quais, estão
inseridas 49% da população brasileira.Quando se fala em estudar o negro, buscar
sua contribuição a cultura brasileira, não podemos esquecer de estudar sobre a África, sua história e a sua
complexidade cultural. Pois por muito tempo a África foi vista como um
abastecedor de escravos, somente. Essa parte da história gera sentimentos de
desagregação no povo afro-brasileiro e desenvolve um processo de negação na sua
origem em função de uma história expropriada do continente africano. A
identificação com a África nem sempre é assumida com orgulho pela maioria dos
negros brasileiros e, neste sentido, a eloquência do mito da democracia racial
no Brasil no ideal de branqueamento, sustentado pela mestiçagem, influência nos
contornos na identidade coletiva dos afro-brasileiros induzindo-os aos refúgios
simbólicos dos mitos e heróis nacionais, os quais, não os representam. Neste contexto,
a imagem caricatural do africano na sociedade brasileira é a do negro
acorrentado aos grilhões do passado, imagem construída pela insistência e
persistência das representações da África como a terra de origem dos negros
escravizados, de um continente sem história e repleta de animais selvagens. A
África é tida sempre como o diferente com relação aos outros continentes, há um
bloqueio sistemático em pensar o negro sem o vínculo da escravidão. O
imaginário social brasileiro tem dificuldades no processo do exercício da
cidadania na formulação do modelo de origem dos afrodescendentes.
www.trabalhosfeitos.com/...Negro-Na-Historiografia-Brasileira/579842.h...
www.pco.org.br/causaoperaria/2004/387/18_negros.htm
www.scielo.br/pdf/tem/v12n23/v12n23a07
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